terça-feira, 17 de julho de 2012

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Na cozinha, Vasco olhou em redor, como desconhecendo aquelas paredes, aparelhos e utensílios.Smile deitou-se debaixo da mesa, acompanhando-o com o olhar. Abriu e fechou portas, nada encontrou naquele espaço imaculadamente limpo e arrumado. Demasiado limpo. Demasiado arrumado.
Como se ninguém contasse com a sua chegada. Só Smile. Apenas Smile, a magnífica Smile. e agora, Mariana - Vasco sorriu no vazio perante este pensamento -, que o acompanhava, talvez sem saber.
Do frigorífico, serviu-se dos elementos necessários para uma sandwich fria. Retirou também, pensativo, uma cerveja, que rodou pelo gargalo.
Dirigiu-se, de novo, para o escritório minimalista. Smile seguiu os seus passos como uma sombra e expressão interrogativa, quanto eram os pensamentos do dono.

Enquanto desfazia a mala, Mariana sorria. Olhos tão brilhantes como os de Tomás, que a observava de cima da cómoda antiga. A casa vazia não a surpreendia. Até preferia, concluiu a contrariada Assim, permitia-lhe refugiar-se no silêncio, deixar falar os seus pensamentos. Continuava a sentir-se assustada, mas feliz. Nem a tranquilidade da casa a sossegava.. Uma estranha felicidade invadia-a, impelia-a sem saber para onde. Sentia uma força adormecida, que estava prestes a (re)nascer e, apesar de agitada, Mariana sentia-se em paz.

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