segunda-feira, 16 de julho de 2012

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Para lá do portão, conduziu devagar na estrada estreita que serpenteava entre o jardim. Vasco pretendia saborear a calma letárgica que sentia, antes de entrar em casa.

Foi recebido, com alegria, por Smile. A imponente labrador-negra saltitava à volta do carro, aguardando-o com satisfação. Vasco acariciou-lhe as orelhas e recordou, com saudade, a razão do nome: Smile sorria-lhe, ostentando dentes perfeitos, impedindo-o de se mover.
A custo, retirou os seus pertences e entrou na bela casa, de construção sólida e reconfortante. Vasco necessitava da solidez daquelas paredes.

Seguido por Smile, dirigiu-se ao [seu] escritório, constatando que a casa estava vazia: os gémeos tinham saído com amigos e a pequenina acompanhara a mãe, num aniversário. Recordou-se sem emoção, ao ler o pequeno papel, preenchido de letras frias e impessoais, a total ausência da família. Uma súbita vontade de abraçar os filhos apoderou-se de Vasco, que, devolvendo o papel ao local onde se encontrava, dirigiu-se para a cozinha, acompanhado de Smile.

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